A nostalgia e o tempo morderam-me os calcanhares

Resolvi fazer um texto à parte do anterior para desmantelar um pouco do que foi esbarrar contra este "passado" levemente.

Achei ridículo que quase 5 anos, em termos práticos, constituíssem um peso tão grande na minha vida. É certo que as maiores mudanças que senti até agora fossem esse período de tempo, mas ainda assim achei um pouco ridículo.

Senti-me quase tão encavilhada como quando descobri que podia partilhar imagens no Tumblr apenas a carregar no Alt e no símbolo de reblog. Foi uma mistela de vergonha e estranheza ao início, mas quando me confrontei com a impossibilidade de apagar os velhos posts cheguei a uma linha de sentimentos de paz comigo mesma, aceitação daquela disparatada toda ("que se lixe está feito está feito", "a sorte é que não tinha muitos seguidores!"), e convivência com tudo o que me tornou aquilo que sou agora.

Não gosto de enfrentar coisas inesperadas. Gosto de observar o que me rodeia e estar sempre um pouco à espera do que possa vir. Mas esta entrou mesmo de carrinho direito a mim, nem tive tempo de suster a respiração e esbarrei mesmo de "mindinho no móvel". Quase uma epifania imaginem só! O que é que eu, com uma vida destas e uma idade destas podia dar como epifania? "Descobri que posso fazer sacos de pasteleiro com o canto de um saco plástico!", "Descobri que fazer nutella em casa é possível mas ao preço que a avelã está mais vale comprá-la já feita", "Descobri que o meu passado fez de mim quem sou agora e não devo ter vergonha dele!".

Enfim, não consigo levar a vida a sério nestas coisas! Da mesma maneira que quase não consigo conter um riso malandro quando alguém espirra de forma distinta e indiscreta nas minhas proximidades, não consigo levar estas coisas em medida séria (apesar de ter sido uma descoberta satisfatória para mim em termos de paz interior).

Bora pessoal! Toca a assumir os vossos tesourinhos deprimentes! Vamos todos desencantar aqueles textos ridículos que escrevíamos e aquelas fotografias velhinhas do Hi5!